Um tempo que a dor me traz


Emocionalmente num estado vegetativo eu vivo, eu e eles.Eles que todas as noites brigam, discutem e se separam, que todas as noites se machucam, se ferem, se calam.Há alguns anos que vivemos assim, há alguns anos que eu vivo assim, mas confesso que só estou sentindo na pele agora, no auge dos meus tão sonhados 16 anos, vivo eu assim numa frustação sem fim, não é porque quero, não desejo pra ninguém o que eu passo por aqui, o que ouço e tenho que guardar pra mim, o que sei e que ninguém pode saber.Não é minha escolha, não foi a minha escolha estar assim tão confusa e tão perdida, mas também não me há razão para ser feliz.Aqueles que me vêem ao dia, enchergam meu sorriso, mal sabes eles que antes destes lábios grandes e carnudos mostrarem os dentes, esses olhos pequenos e escuros derramaram constantes lágrimas.Confesso que já não aguento mais tudo que vivo, e como vivo, dessa maneira tão fora de órbita, não tenho mais forças para seguir em frente, mas também não tenho coragem de desistir e colocar ponto final, na situação, nos problemas, na vida.É estranho me sentir assim tão pequena e insignificante na vida das pessoas que mais honrro, que mais respeito.Só agora sinto a dor.Só agora a sinto porque aprendi depois dos 9 anos a usar o intelecto, e agora sinto a dor de saber que esse mesmo intelecto que me faz compreender o mundo em minha volta, disciminar o que é certo e errado, é o mesmo que me faz perceber e entender o significado de família que eu tanto sonhava, e nunca tive, que no meio entre mim e eles nunca existiu.Uma dor sem tamanho, amargura e revolta.Talvez um dia por sorte eu me livre deste mal e contrua a minha própria família, a que eu sempre quis ter.Tolice, verdades, ter fé ?São questões complexas cujas as respostas não saberei tão cedo, provavelmente tão cedo. A realidade é que seria melhor que o tempo curasse as marcas, todas as cicatrizes no coração deles e no meu, mas a determinação desse tempo só depende deles, somente decisão que pode ser tomada á dois, á um casal onde em ambos não existe sequer um laço afetivo, senão o interesse.O tempo deles seria talvez a minha melhor cura, o necessário remédio para curar anos de lágrimas escondidas, anos de mentiras e sorrisos falsos, para curar anos de dor que me machucam bruscamente agora, que me matam lentamente. O tempo que os afastaria, seria o que me daria descanso e sossego, de anos de sofrimento e amargura... Um tempo que só com a separação pode acontecer.

Vocês jamais leriam o que eu tanto escrevo aqui e nos cadernos?Pois é.Ainda tem a coragem de dizer que estou estranha, e me perguntam o que eu tanto faço.Acham realmente que me conhecem? Será?Sabe de tudo que eu fiz?Ao menos sabem se eu teria coragem de cometer algo irracional, ou totalmente estranho do que vocês sabem sobre mim?Adoraria que vocês realmente me conhecessem... Pai e Mãe.


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