Eu preciso dizer que te amo
Brigamos e brigamos muito. Para ser exata, sempre que nos falamos ao telefone. Quase nunca há alguma palavra doce entre ambivalência e orgulho. Mas sim, eu sou sua menina. Brigamos muito mais quando estamos exaltos. Exaltos de beijos, de tapas, de cansaço depois de três horas entrelaçando-nos em lençóis. Pra você eu sou difícil, pra mim você tem uma personalidade mais que forte, louca Miguel!
Mas porque quando escutamos Lanterna dos Afogados, ou até Cazuza, deitados no chão da sala, com livros de poemas como os de Mario Quintana nos sentirmos bem? Comendo o livro, o cigarro, o café, nos comendo... É assim que te amo Miguel, é assim que nos amamos. Eis o fato mais estranho entre nós, que somos como rosa e espinho. Nos damos bem quando estamos sozinhos, quando estamos nus, e bebâdos. Caso ao contrário, como diz Caio Fernando Abreu, vivemos como Atrolho...
trechos de louca insensatez - Personagens do conto O que há em nós de niQue Barbosa.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
0 comentários:
Postar um comentário